As pessoas costumam pensar em oração como um meio para atender suas
necessidades pessoais. Entretanto, deveríamos entender a oração como um meio de
glorificar e adorar a Deus, conhecê-lO, entrar na Sua presença e ser
transformado por Ele. Precisamos aprender melhor como orar, arrepender-nos e
suplicar a Deus como um povo.
Biblica e historicamente, o único ingrediente universal, inegociável, em
tempos de renovação espiritual é a corporativa, prevalente e intensiva oração
centrada no reino. O que é isso?
“…o único ingrediente universal, inegociável, em tempos de renovação
espiritual é a corporativa, prevalente e intensiva oração centrada no reino.”
1.
Ela é focada na presença de Deus e do Seu reino.
Jack Miller fala da diferença entre “oração de apoio” e reuniões de
oração de “linha de frente.” Reuniões de oração de apoio são curtas, mecânicas
e totalmente focadas em necessidades físicas dentro da igreja. Já a oração de
linha de frente tem três características básicas:
a. um pedido de graça para confessar pecados e humilhar-se.
b. uma compaixão e zelo pelo florescimento da igreja.
c. um anseio por conhecer a Deus, ver a Sua face, contemplar Sua glória.
É muito interessante estudar as orações bíblicas por avivamento, como em
Atos 4, Êxodo 33 ou Neemias 1, onde estes três elementos
são fáceis de ver. Note, por exemplo em Atos 4, que os discípulos, cujas vidas
tinham sido ameaçadas, não pedem proteção para si e suas famílias, mas tão
somente coragem para continuar pregando!
2. É corajosa e específica.
As características deste tipo de oração incluem:
a. Aqueles que ditam o ritmo da oração passam tempo em auto-exame. Sem
uma compreensão robusta da graça, isto pode tornar-se mórbido e deprimente. Mas
no contexto do evangelho é purificante e fortalecedor. Eles “tiram de si os
seus atavios” (Ex. 33:1-6). Eles examinam a si mesmos em busca de ídolos e
lançam-nos fora.
b. Eles então começam a fazer o grande pedido – uma visão da glória de
Deus. Isso inclui pedir: 1) por uma experiência pessoal da glória / presença de
Deus (“para que eu te conheça” Ex. 33:13); 2) por uma experiência do povo com a
glória de Deus (v. 15); e 3) que o mundo possa ver a glória de Deus através do
Seu povo (v. 16). Moisés pede que a presença de Deus seja evidente a todos:
“Que mais distinguirá a mim e ao teu povo de todas as outras pessoas na face da
terra?” Esta é uma oração para que o mundo fique maravilhado e pasmo pela
demonstração do poder de Deus e do esplendor da Igreja, para que ela se torne
verdadeiramente a nova humanidade que é um sinal do reino futuro.
3. Ela é habitual e corporativa.
“Esta é uma oração para que o mundo
fique maravilhado e pasmo pela demonstração do poder de Deus e do esplendor da
Igreja…”
Isso significa simplesmente que a oração deveria ser constante, não
esporádica e curta. Por quê? Devemos pensar que Deus quer nos ver rastejando?
Por que nós não colocamos simplesmente o nosso pedido diante dele e esperamos?
Mas oração esporádica, curta, indica uma falta de dependência, uma
auto-suficiência, e, portanto, nós não construímos um altar que Deus possa
honrar com Seu fogo. Nós temos que orar sem cessar, orar longamente, orar
duramente, e nós perceberemos que o próprio processo estará provocando aquilo
que estamos pedindo – ter nossos duros corações derretidos, demolir barreiras,
e ver irromper a glória de Deus.
Tradução: Juliano Heyse | bomcaminho.com